quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sem título

Assim como toda a minha infância, muito coisa já ficou para trás.
Não acretido mais em lendas, nem em bondade.
Dos heróis, tão pouco resta saber em que lado lutar.

Com o tempo foram os brinquedos e os sorrisos.
A inocência e a fé.
E tantas outras coisas que também já ficaram para trás.

Enquanto era criança, nunca vi uma estrela cadente.
Gosto de pensar que seja um pedaço que ainda me reste.

É engraçado quando a gente cresce, parece que o mundo cresce junto.
Cresce tanto, e não cabe mais.
No conhecido, nos valores, no que devia.
É quando a gente brinca novamente, e faz de conta que é maior do que ele.
Só para poder dormir a noite.

Se eu visse uma estrela cadente, pedia para o mundo crescer menos.
Só para não deixar de acreditar, sem perder tantas coisas.

Se eu visse uma estrela cadente, pediria você.
E dividiria o mundo para que ele coubesse.

Mas como muitas outras coisas de minha infância,
os desejos só pertencem a ela.

Ontem o mundo cresceu mais um pouquinho.
Tento agora brincar de faz de conta.


by G.Doubek

2 comentários:

Unknown disse...

Um dos melhores poemas seus que já li.
paguei pau!

te adoro seu coisa =)

Ca

Anônimo disse...

Doubek!
Eu desconhecia esse seu lado poético... hehehe
Muito bonito o poema!

Té mais!